Estava fazendo meu teste de protetor solar, para ver se funciona mesmo na água-  e mesmo com o sol do Rio de Janeiro- e me peguei pensando no coração… Não sei porque é o coração que representa o amor. Deve ser porque é no coração, aquele que bate dentro do peito, que a gente sente dor quando perde um amor. É no coração que sentimos aperto de saudade e a angústia da espera de ser correspondido. Mas o amor que a gente divide, que multiplica, o amor que partilhamos, que declaramos, que fazemos, todo esse amor não vem na forma de coração. Ele se manifesta no riso, na leveza da alma, no olhar que brilha, no pensamento que vaga, na pele que arrepia. O amor de cuidar do outro, de querer viver coisas junto, de planejar o futuro, de fazer a comida que o outro gosta, de dormir no colo, de deixar desabafar… Nada disso vem em forma de coração, mas sim na forma de suspiro e calma e sossego. Amor não é coração. Amor é corpo inteiro. E alma, e pensamento. É uma coisa que vem de dentro e não vem só do peito. Vem de toda parte e emana para toda parte. Uma delícia.