O frio chegou aqui com força e enquanto bebo meu café fumegante me pego pensando numa feijoada para amanhã- um dia que se prevê chuvoso e com temperatura que não vão passar dos 11 graus.
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Fazer feijoada não requer muita habilidade, mas exige planejamento e disposição para passar umas 48 horas sentindo cheiro da carne embutida dessalgando na água e feijão na panela.
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Quem não faz feijoada pensa que o preparo é uma jornada, mas não é bem assim.
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O que a gente precisa é saber os ingredientes, comprar as carnes (que feijão, couve, alho, cebola, farinha de mandioca, umas laranjas, limão açucar e uma garrafinha de cachaça costumamos ter sempre- ao menos aqui) e começar dois dias antes.
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Não requer dedicação exclusiva. É só ajeitar com antecipação as coisas e deixar ali, na espera para o momento da preparação final; esta sim intensa e breve.
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E é uma delicia o momento do fogão, ainda mais nos dias de frio, em que a gente se dedica muito enquanto sente os cheiros de cada ingrediente se misturando na panela, na expectativa do momento de juntar tudo num prato e se deliciar.
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Como sou dada a elaborações e metáforas, me dou conta que o processo todo, até o momento de sentar à mesa e comer a MINHA feijiada, se parece muito com todo o resto na vida da gente.
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Aquilo com que a gente quer se deliciar amanhã a gente precisa começar a fazer ontem. Com exceção da companhia, que a gente pode chamar pra curtir junto na hora que bem entender.