Creo que pasaremos juntos temporales

Creo que pasaremos juntos temporales

Sobre ser mãe em tempos difíceis: desde que me tornei mãe, me tornei uma pessoa mais frágil. A maternidade me mostrou que ser mãe é um processo solitário. É como tomar uma decisão, quando pedimos opinião, ouvimos pessoas em quem confiamos darem seus seus pareceres, mas a aquele momento do sim ou não é nosso, solitário. A maternidade é solitária e me mostrou todas as minhas fragilidades. Não é que eu tenha me tornado fraca. Não me tornei. Me tornei mais forte. Muito mais. E muito mais cansada. Porque força depende de uma energia absurda, uma espécie de estrutura psicológica que a gente se dá conta que precisa dela depois de perceber que criar alguém para viver o mundo é de uma responsabilidade inominável. Cada uma de nós têm seus próprios recursos pra se manter psicologicamente bem no exercício da maternidade. Muitas de nós não conseguem. Eu, depois de uns anos sendo mãe, cheguei à conclusão que o caminho mais suave e completo para mim era dividindo as dores e as dificuldades da maternidade com a pessoa que me tornou mãe. Acho justo, acho honesto dividir com ele minhas fragilidades. E assim, de tempo em tempo, me reenergizo, partilho, me entendo e deixo que ele me entenda como mãe: solitária, cheia de medos e dúvidas. Um ser como outro qualquer, mas com um senso de propósito um pouco mais complexo. Ter momentos assim nos aproxima e é de uma alegria tão necessária para mim… Bendito o momento em que este vídeo do post acabou sendo feito, meio sem querer. Porque nenhuma palavra que eu tenha escrito aqui pode traduzir estes momentos em que o Fran me vê chorando e sabe porque, sabe se é de alegria ou tristeza ou medo ou insegurança. Jamais imaginei que o compartilharia. Um momento tão intimo… Que mães consigam criar seus filhos sem privá-los de suas fragilidades. ♡♡♡. “Aquí están mis credenciales. Vengo llamando a tu puerta desde hace un tiempo. Creo que pasaremos juntos temporales. Propongo que tu y yo nos vayamos conociendo”. Seguimos.