Frustração e culpa

Frustração e culpa

De todas as coisas que deram errado na minha vida, me culpei por todas. Fui sempre além da frustração. Na verdade, sempre pulei a parte da frustração, que já vinha em forma de culpa. Depois que entendi que nada depende só de mim, me culpei por me culpar. Mas aí eu me pergunto – e lhes pergunto: de onde é que esta culpa surge e por onde ela consegue entrar na nossa (in)consciência a ponto de fazer parte dos nossos sonhos, decisões, escolhas? Se acredito que a vida é partilha – e eu acredito, não há porque acreditar que tudo que dá certo ou que dá errado depende só de mim. O egoísmo – posso chamar de egoísmo? – de não partilhar nossas conquistas e derrotas nos leva a assumir sozinhos coisas que não dependem só de nós. E independente disto, de sermos ou não egoístas, quem carrega culpa sabe do caminho longo e árduo que é entendê-la. Quem não carrega a culpa, tem muito o que nos ensinar. Mas antes, precisamos ter a certeza de que estas pessoas que não se culpam realmente não se culpam ou não que se culpam.