A gente aprende coisas o tempo todo, querendo ou não querendo. É pela sobrevivência e muitas vezes acontece instintivamente.
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Nem sempre acontece em momentos de crise, de dificuldade ou de tristeza. Também aprendemos em momentos de êxito, de conquistas e alegrias e em momentos banais da rotina.
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Aprender a ouvir é um aprendizado que acontece em todo tipo de situação. Muitas vezes pessoas vêm desabafar com a gente. E na maior parte das vezes, querem apenas isto- desabafar.
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Mas costumamos ouvir já pensando em respostas. Enquanto nosso interlocutor fala, vamos mentalmente construindo respostas, fazendo nossos julgamentos, procurando soluções.
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Mas aí eu pergunto: porque não simplesmente ouvir? Ouvir. E só. Porque quem fala, desabafa ou conta uma história, na maior parte das vezes não espera resposta dos outros. Simplesmente quer ser ouvido.
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Quando o assunto é sério e envolve decisões, o processo é o mesmo. Para quem fala, a repetição da verbalização ajuda a clarear os pensamentos. Para quem ouve, simplesmente ouvir é um ato de respeito ao interlocutor. É estar ali imerso na experiência do outro, deixando que ele mesmo se encontre no próprio contexto, no desejo que é só dele.
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Quando estamos conversando com nós mesmos, é o mesmo processo. Aprender a ouvir as próprias angústias e expectativas, deixar que elas venham à superfície sem ficar procurando respostas, soluções, fugas, culpados.
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Precisamos respeitar o que sentimos e o que pensamos. Entender de onde vêm as coisas intimas. Dá pra viver sem isto? Dá sim. Mas aprender a viver com isto é tão intenso. Dá uma sensação de plenitude.
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Se você me perguntar o que é que ouvir os outros tem a ver com isto, te conto: é que eu aprendi a ME ouvir ouvindo aos outros. Primeiro aprendi a ouvir os outros. Só depois aprendi a ouvir a mim mesma.
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Saber se ouvir faz de nós pessoas mais fortes, decididas, donas de nós mesmas. Coisa linda.