Eu sempre tive muita dificuldade em lidar com a rotina. Muita.
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Certamente por isto sofri tanto com a maternidade que exigia de mim: tempo contadinho no relógio para alimentar meu filho, estar presente sempre que era preciso amamentar, depois fazer comida, trocar fralda e depois ensinar a ir ao banheiro e limpar.
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Nunca vi nisto um oficio.
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Para pesquisar e trabalhar na universidade; e depois consultorias e correções de trabalhos acadêmicos eu fazia meus horários.
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A #rotina, para mim, se resumia em cumprir com meu oficio seguindo meu tempo, sem hora marcada e decidindo qual era a hora de encontrar amigos, pedalar, cuidar da casa. Eu amava minha rotina, mas nunca planejei coisas ou alimentei sonhos como pesquisadora ou fazendo consultorias.
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Quando o filho nasceu, me perdi do prazer da rotina porque não me encaixava nas horas e minutos contados, nem na extrema dedicação por dias e noites intermináveis. Me desgastei tanto que abri mão do ofício da profissão.
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Quando o #filho cresceu e o tempo deixou de ser tão escasso, me ví solta num dia que se arrastava por horas. Estava perdida na rotina por excesso de tempo que eu não sabia como preencher.
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A #escrita , que já fazia parte do meu #tempo de #prazer desde muito tempo, se revelou como uma possibilidade de oficio.
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Trazer um #hobby para o ambiente de oficio não foi uma #tarefa fácil. Ainda não assimilei bem como devo operar isto na minha rotina.
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A #frase de hoje é um recado pra mim mesma. Para reforçar que devo me esforçar em busca de entender como fazer girar esta #engrenagem oficio-sonhos-rotina.
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Escrever, para mim, é uma prática tão intensa e prazerosa, que ainda me saboto para fazer disto rotina e oficio e sonho.
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Ser lida; dar aulas e ensinar as pessoas a entenderem a potência de sua própria escrita… é algo tão próximo da realização de #sonhos que tenho, que vale todo meu esforço no sentido de aceitar que é este meu caminho.