Liçãozinha de moral é sempre um negócio incômodo, né?
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Mas é desse modelo que funciona a vida da gente, não concorda? (pode discordar também).
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A autocrítica é a melhor amiga dos seres livres e leves..

E quem são os seres livres e leves? Sâo as pessoas que atingiram maturidade suficiente para arcar com as consequências da própria vida sem se vitimizar, sem sair por aí culpando os outros.
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Assumir nossa responsabilidade pelas coisas que deram errado em nossas vidas exige um esforço para mobilizar nossa vaidade, nosso lugar seguro. Por isto é dificil.
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Por isto costumamos fugir da verdade. Criamos subterfúgios, personagens, roteiros ficcionais sobre nossa rotina, nossa história, nossa vida para acreditar que nossos erros foram ou são consequência da ação de terceiros.
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Só a partir de uma autocritica cuidadosa e sincera (dá-lhe terapia) aprendemos a vasculhar no nosso íntimo os segredos do nosso comportamento que escondemos de nós mesmos.
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É por conta destes segredos escondidos de nos mesmos que desviamos, escapamos, enganamos e distorcemos nossas responsabilidades.
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Mas a gente sabe, sente, intui que o problema está em nós. Mesmo que não saibamos exatamente o que é, sabemos que está em nós.
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Culpamos os outros por medo de revirar nosso baú e encontrar memorias e momentos dos quais estamos fugindo há muito tempo.
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Por isto é tão mais fácil culpar os outros, já que requer menos explicação, menos elaboração que trabalhar nossas próprias falhas.
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Duas observações:
1. Não estou aqui falando da desigualdade social, do racismo, e de tantas mazelas estruturais do nosso pais – que vulnerabilizam pessoas enquanto privilegiam outras. Estas mazelas, sim, interferam brutalmente na vida de milhões de pessoas. E estes milhões têm, SIM, a quem culpar pelos seus próprios problemas.
2. Aceitar que é normal falhar e errar faz parte da vida e faz parte do amadurecimento. Inclusive, ajuda a não ficar culpando os outros 🙂