Muito eu

Muito eu

Quem aí sente medo? Hoje, num intervalo de poucos minutos, vi dois objetos -inanimados como são- passando por situações que me fizeram lembrar do meu comportamento na fila do toboágua quando criança. Sem mais, me senti num momento #coisinhasdavida. Ainda mais porque ainda tenho medo de toboágua… Na esteira do caixa do mercado, minha embalagem de vinagre insistiu teimosamente em ir para traz enquanto a esteira tentava empurrá-la para frente. Parecia fuga. Sim, um objeto inanimado fugindo para não ter seu código de barras decifrado pelo leitor. Parecia não querer sair do mercado. Ao chegar em casa, algum tempo depois, dou...

Quantos Rauls?

Quantos Rauls?

Desde que meu sobrinho virou adulto eu passo por esta placa de aviso ALTURA MÁXIMA 1,85M e penso “tadinho do Raul, não pode entrar no estacionamento”. Convivi com poucas pessoas muito altas na vida. Na adolescência teve um cara, o Franklin, cuja casa fazia vizinhança com a casa dos meus pais pelos fundos. Quando ele se aproximava, o muro chegava na altura do peito dele. Parecia que o Franklin tombaria pro lado do quintal dos meus pais toda vez que ele vinha sondar a vizinhança e dizer oi. Depois conheci outro altão, meu concunhado de Curitiba. Alto. O aro da...

Nunca me dei com poemas

Nunca me dei com poemas

Nunca me dei com poemas. Algumas pessoas (muitas), porém, lêem meus textos e dizem que é “pura poesia”. Eu vejo graça ao mesmo tempo que me sinto lisonjeada; porque sei que é um elogio, já que normalmente se fala de poesia com carinho, como algo especial. Na tentativa de me aproximar da poesia peguei esse livrinho fofo -da foto- que ganhei tempos atrás. Uma coletânea de poemas escritos por mulheres que não vivem só da poesia. Tentei mergulhar na leitura mas não aconteceu. Então meu café chegou e fui ao banheiro lavar as mãos. Quando voltei do banheiro vi o...

Star Wars Day

Star Wars Day

No dia de hoje – Star Wars Day- não poderia pautar em outro assunto… Cada um tem sua própria maneira de ver o mundo e viver suas delicias e dores pessoais. Do pouco que herdou de mim, meu filho traz sua maneira peculiar de ser otimista com o mundo: reclamando. Me alegra ver seu rostinho, de menino ainda, mostrando um olhar implicante quando encontra algo que ele sabe estar errado. Ele adora conhecer coisas e rebater erros e falhas que ele encontra por ai… Nesse dia da foto eu passei na loja de departamentos e separei uma camiseta de Star...

A Valentina

A Valentina

Toda vez que vou pra Itapeva, minha terra natal, sinto uma certa dor que bate por dois lados. De um, a angústia da distância de raízes que me ajudam a explicar quem sou; de outro uma leve tristeza por sentir que a adaptação às mudanças positivas do mundo em sociedade andam, por lá, numa velocidade muito menor do que a que vivo nas minhas fatias de rotina aqui na minha vida em Vitória. A despeito das minhas preferências particulares, em Itapeva vivo momentos de pura delícia. Um deles, invariavelmente, é o convívio com minha sobrinha Valentina e a alegria de...

Às vezes uma coisa, às vezes outra

Às vezes uma coisa, às vezes outra

Tempos atrás, num momento de silêncio daqueles “tô pensando em nada”, me dei conta de que reflexão e contemplação são ângulos que se completam. Eu nunca estou pensando em nada. Não aprendi a meditar ainda. Confesso que já tentei, mas minha cabeça vive em constante barulho. Penso e dispenso o tempo todo, como se fizesse e desfizesse pontos de crochê. Três para a frente, um para trás. Às vezes dói, às vezes traz uma inspiração leve, como se eu fosse às vezes boa e às vezes má companhia pra mim mesma. Coisinhas da vida… Nesse pensa e despensa sem fim,...

Do sentido de estar neste mundo

Do sentido de estar neste mundo

Das mais agradáveis e divertidas memórias afetivas que trago do meu pai… O dia em que ele me fez descobrir, já adulta, que o Paul Newman era um gato (ele se irritou com minha observação sobre isso). Me lembro que foi numa tarde, depois de levarmos o Francisco para conhecer a vó Ditinha. Chegamos na casa, fizemos pipoca e enquanto assistíamos a uma cena de Butch Cassidy, ele colocou a mão macia dele sobre a minha e disse algo como “é… Gordinha, tem filme que faz a gente pagar mico”. Porque ele chorava nas cenas de amor dos filmes. Sempre,...

Com o coração mais frio que o normal

Com o coração mais frio que o normal

Quem mais aí gosta de balançar? Saí pedalar pela manhã e encontrei com um balanço na beira da praia. Passo por este lugar pelo menos quatro vezes na semana, todas as semanas, com minha bike. Perguntei ao cara do quiosque “é novo esse balanço?” E ele me respondeu “mais novo que a gente, deve estar aí faz uns três anos”. Três anos e eu nunca o tinha visto. Pensei em qual movimento me fez ver esse balanço hoje. Por que eu não o vi antes? Adoro balançar e fazer isto na beira do mar… meu deus… que delícia. Dá pra...

É verdade este bilhete

É verdade este bilhete

Hoje, passando em frente a uma farmácia, ví um aviso colado logo acima do marcador de peso: A BALANÇA ESTÁ CERTA. Quem será que não aceita o próprio peso e joga a culpa em quem cuida da balança?? Hahaha. Eu!!☝️😊. É mais fácil culpar algo de fora da gente, que nos tira a responsabilidade. Bilhetinho cheio de subjetividades essa advertência da balança! Achei tanta graça… Mas apesar de ser comum a resistência, precisamos muitas vezes assumir muitas vezes que estamos errados e as outras pessoas estão certas. Também precisamos assumir que muitas vezes estamos certos. Não que a vida seja...

Não nasci para isto

Não nasci para isto

Ontem comprei um fone novo. Tudo porque, enquanto pedalava, resolvi usar o celular e, enquanto pedalava e teclava, o fone antigo desplugou do ouvido, caiu, enrolou na roda da bike e, claro, crack-creck-prim, se quebrou em varios pedacinhos. Nunca pensei, ao longo da vida até ontem, que aos 44 anos de idade eu usaria fones de ouvido. Nem que os usaria na rua; muito menos enquanto pedalava pela cidade, ouvindo War Pigs. Nem imaginei que usaria a bike como meio de transporte ou que teria pique para fazer isso todos os dias. Depois que comprei o fone novo (com ponteiras...